Zona Curiosa
Na última quinta-feira (12), a organização Observatório dos Direitos Humanos (HRW) acusou o governo de Israel de empregar a substância conhecida como fósforo branco em suas operações militares na faixa de Gaza e no Líbano. Este agente químico, altamente inflamável e perigoso, tem o potencial de causar queimaduras de segundo a terceiro grau em seres humanos.
O fósforo branco, originalmente, funciona como uma arma incendiária, inflamando-se em chamas assim que é exposto ao ar, com temperaturas podendo atingir até 815°C. O fogo persiste, permitindo que essas bombas abranjam áreas de centenas de metros quadrados.
Embora a cortina de fumaça branca possa servir como uma proteção para os militares, o uso desse produto em áreas civis densamente povoadas, como é o caso de Gaza, “representa um elevado risco de queimaduras excruciantes e sofrimento para toda a vida”, afirma Lama Faki, diretor do Médio Oriente e Norte da África do HRW.
Embora autoridades israelenses neguem o uso de bombas de fósforo branco, especialistas do HRW realizaram uma investigação digital das cenas em laboratório, confirmando sua autenticidade. Além disso, técnicos em munição da organização entrevistaram duas testemunhas do ataque na área.
Do ponto de vista legal, as bombas de fósforo branco não são classificadas como armas químicas, o que as proibiria pela Convenção sobre Armas Químicas de 1997. Em vez disso, são categorizadas como armas incendiárias, o que obriga seus usuários a seguir o Protocolo III da Convenção sobre Certas Armas Convencionais.
De acordo com o protocolo, “está proibido, sob qualquer circunstância, atacar com armas incendiárias a população civil como tal, pessoas civis, ou bens de caráter civil”.
As bombas de fósforo branco são compostas de fósforo, um produto químico obtido a partir de rochas fosfáticas, as mesmas utilizadas na produção de fertilizantes fosfatados. Em sua forma sólida, o material tem uma textura cerosa e um forte odor de alho, apresentando-se nas cores branca, amarela ou incolor.
Apesar de não ter o propósito intrínseco de matar, o fósforo branco é altamente tóxico para os seres humanos. Além disso, é extremamente instável, bastando uma exposição direta ao oxigênio do ar em temperaturas ligeiramente acima das condições ambientais para que ele entre em combustão.
As queimaduras causadas pelo fósforo branco são extremamente dolorosas e liberam fumaça enquanto o material se dissolve facilmente na gordura humana, sendo absorvido pela pele e pelo corpo. Mesmo queimaduras em menos de 10% do corpo podem resultar em óbito se houver danos aos rins, fígado e coração.
