Se você já sentiu seu coração disparar ao olhar para baixo do topo de um prédio alto, saiba que você não está sozinho. Entretanto, para algumas pessoas, essa angústia costuma ser muito mais séria, de modo que o simples ato de pensar em subir uma escada pode levar a um estado de ansiedade irracional.
Neste post, analisaremos as razões por trás da acrofobia e os fatores psicológicos e fisiológicos que contribuem para o medo de altura.
O que é a acrofobia?
Acrofobia é o termo médico e científico usado para descrever a sensação de pânico em lugares altos. Pessoas com acrofobia geralmente evitam situações em que estarão expostas a alturas. No entanto, isso nem sempre é possível.
Ao se depararem com as alturas ou simplesmente ao pensar nisso, seu sistema nervoso simpático é acionado, como se preparasse o corpo para uma situação de emergência. Conforme analisa o Healthline, essa reação ajuda o indivíduo a se preparar para enfrentar ou escapar de uma ameaça em potencial (comumente conhecida como resposta de luta ou fuga).
O grande problema é que, diante de tal situação, as pessoas com medo de altura podem sentir vertigem (uma sensação de movimento ou rotação), aumento da frequência cardíaca, falta de ar, sudorese, ansiedade, tremores, náusea e até dor de estômago.
É comumente sugerido que existem duas perspectivas principais sobre como a acrofobia se desenvolve. Isso porque, em termos gerais, medos e fobias são considerados inatos (perspectiva evolutiva) ou aprendidos (perspectiva comportamental), como veremos no tópico a seguir.
Nascemos com medo de altura?
Como explica o The Conversation, os psicólogos evolucionistas sugerem que as pessoas com medo de altura têm maior probabilidade de escapar dessa situação potencialmente perigosa ou evitá-la completamente. Ao fazer isso, eles têm mais chances de sobreviver e depois se reproduzir, permitindo que transmitam seus genes. Os pesquisadores sugerem que, como resultado, esse medo foi transmitido de geração em geração.
O problema é que essa abordagem não pode explicar todas as fobias. Embora a perspectiva evolutiva possa fornecer uma explanação para fobias como medo de altura ou cobras, ela tem dificuldade em elucidar fobias associadas a ir ao dentista ou falar em público.
Por outro lado, segundo os psicólogos comportamentalistas, medos e fobias são aprendidos, geralmente devido ao que é conhecido como condicionamento clássico. Para demonstrar como ocorre o condicionamento clássico das fobias, considere o seguinte cenário.
Imagine que você sobe em uma árvore pela primeira vez. Qual é a sua reação? De acordo com a perspectiva comportamentalista, é improvável que você tenha medo, mas se você cair da árvore, provavelmente sentirá angústia e pavor. Ou seja, se a experiência de estar no alto for seguida pelo trauma da queda, você aprenderá a associar o evento negativo às alturas.
A questão a ser observada aqui é que a perspectiva comportamentalista também tem os seus problemas, pois através dela é difícil explicar por que pessoas que nunca foram expostas a um objeto ou situação podem desenvolver uma fobia. Por exemplo, não há cobras na Irlanda, mas há pessoas na Irlanda com fobia de cobra.
Sendo assim, a melhor explicação para o medo de altura parece ser uma mistura de ambas as perspectivas, comportamentalista e evolutiva.
É possível tratar o medo de altura
A boa notícia é que o medo de altura é perfeitamente tratável e existem várias estratégias eficazes para superá-lo. A terapia cognitivo-comportamental, por exemplo, é frequentemente usada para ajudar indivíduos com essa condição a mudar seus padrões de pensamento e comportamentos relacionados às alturas.
Este tipo de tratamento pode envolver até mesmo a terapia de exposição, onde os pacientes são gradualmente expostos a alturas em um ambiente controlado e seguro, bem como técnicas de relaxamento e respiração para controlar os sintomas físicos.
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Vale destacar que medicamentos específicos, como ansiolíticos e betabloqueadores, também podem ser prescritos por um médico para controlar os sintomas em casos graves. No entanto, é importante ter em mente que tais medicamentos não devem ser vistos como uma solução de longo prazo e devem sempre ser usados em conjunto com a terapia.
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