Por que as frutas mudam de cor quando amadurecem?

Não é preciso ser alguém particularmente observador para notar que frutas e verduras apresentam uma grande variedade de cores que costumam mudar ao longo de seu processo de amadurecimento. De um modo geral, as cores mais brilhantes geralmente se sobressaem quando a fruta fica devidamente amadurecida. Mas por que exatamente as frutas mudam de cor quando amadurecem?

Ao longo desse artigo, você vai conferir os fatores detalhados que levam ao amadurecimento acompanhado das mudanças de cor das frutas.

Analisando como as frutas mudam de cor

Embora existam vários tipos diferentes de frutas, muitas delas iniciam seu ciclo de desenvolvimento com um tom de verde graças a uma abundância de um grupo de pigmentos denominado clorofila. Juntamente com o auxílio do sol e dos nutrientes do solo, a clorofila é importante para produzir muito do conteúdo encontrado nas frutas durante os seus primeiros estágios de crescimento.

Como explica o Today I Found Out, é apenas durante um certo ponto no desenvolvimento da fruta (especialmente quando a semente está quase totalmente amadurecida) que o processo de amadurecimento realmente começa, sendo que na maioria das frutas ele é desencadeado pela produção de gás etileno, um hidrocarboneto produzido naturalmente. A produção de etileno ocorre nesse estágio porque facilita o amadurecimento através de mecanismos complexos, que basicamente fazem com que os receptores da planta se liguem ao etileno.

Consequentemente, isso desencadeia ações onde certos genes da fruta são ativados, resultando na criação de várias enzimas que facilitam o processo de amadurecimento. Um bom exemplo de enzimas desse tipo são as amilases, que convertem o amido em açúcares simples. Por outro lado, as pectinases agem ao decompor as rígidas paredes das células da fruta, suavizando-as para tornar o interior do fruto o mais acessível possível.

Enquanto as entranhas atraentes da fruta vão sendo adoçadas e tornam-se mais acessíveis, a clorofila é decomposta através de enzimas hidrolíticas, removendo a cor verde característica dos frutos imaturos. Como esse processo ocorre de forma um tanto desigual, alguns pigmentos acabam sendo sintetizados enquanto outros que estavam lá o tempo todo, mas eram mascarados pela clorofila, são finalmente revelados.

Os dois principais “culpados” pela produção de cores específicas são os carotenoides, que geralmente são responsáveis ​​pelas cores laranja e amarela das frutas, e as antocianinas, que geralmente são responsáveis ​​pelas colorações arroxeadas e avermelhadas.

Frutas precisam de cores vivas para se tornarem atrativas

Por razões óbvias, as plantas não podem se locomover como os animais. Por isso, elas tiveram que desenvolver alguns métodos bastante engenhosos para sobreviver ao longo dos milênios de existência de suas espécies.

Algumas plantas contam com sementes leves que são levadas facilmente pelo vento, enquanto outras produzem sementes que são carregadas e enterradas por roedores e mamíferos. No entanto, a técnica mais comum (e certamente a mais “escatológica”) gira em torno de produzir frutas atrativas aos olhares dos animais. Desse modo, as sementes poderão ser consumidas e sairão das fezes dessas criaturas ainda inteiras, onde terão a oportunidade de crescer na região.

De fato, além de potencialmente espalhar a semente por toda parte, esse método também tem o benefício extra de fornecer à semente uma boa quantidade de nutrição, já que as fezes são ricas em matéria orgânica. Em outras palavras, o ato da fruta mudar a sua cor para tons mais perceptíveis serve como um sinal potencialmente atraente para os animais, indicando que está “pronta para ser devorada”.

Outras razões podem entrar em cena

Além do que já foi mencionado, é importante deixar claro que pode haver outras razões pelas quais algumas frutas maduras adotam cores pouco comuns. Por exemplo, uma teoria sustenta que as frutas azuis, marrons e pretas podem ter desenvolvido essas colorações escuras com o objetivo de absorver uma quantidade maior de radiação, aumentando assim as temperaturas necessárias para elevar suas taxas metabólicas e aprimorar seu desenvolvimento.

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Mesmo assim, a dispersão de sementes ainda parece ser o principal objetivo por trás da coloração da maioria das frutas, já que a produção de uma polpa saborosa e suculenta costuma ser muito procurada pelos animais dispersores. De fato, observa-se que a energia alocada para produzir a celulose representa um custo considerável para a planta, de modo que não haveria outro propósito plausível que não fosse o de atrair dispersores e espalhar as suas sementes.

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