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Por mais que tentemos convencer nossas mentes de que está tudo bem e, portanto, não vale a pena insistir em coisas que não são importantes, parece que sempre encontramos algo para nos preocupar, não é mesmo? Mas, afinal de contas, por que sempre ficamos preocupados com alguma coisa?
Você provavelmente já está acostumado a ouvir que se preocupar não é bom, sendo que algumas pessoas até insistem que o motivo da preocupação excessiva é um quadro de ansiedade latente. No entanto, a neurociência afirma que a mente humana precisa analisar muitas das coisas que a cercam, de modo que sempre ficamos preocupados como uma forma de antecipar os riscos e agir de acordo.
A principal razão pela qual sempre ficamos preocupados com alguma coisa
Uma das várias tarefas que seu cérebro executa continuamente é ativar o mecanismo de preocupação. De fato, enquanto seus pulmões respiram e seu coração bate, aumentando assim a circulação sanguínea, seu cérebro analisa possíveis eventos futuros para garantir sua própria sobrevivência.
O principal poder do cérebro humano moderno envolve imaginar cenários hipotéticos para navegar melhor pelo mundo. De fato, a todo momento, o cérebro cria potencialidades para prevenir riscos e poder reagir a eles.
Dessa forma, podemos dizer que sempre ficamos preocupados com alguma coisa porque o cérebro humano é naturalmente forçado a antecipar o que pode estar por vir. No entanto, é normal estar sempre de olho no futuro, antecipando o pior? Obviamente não! Na verdade, você só deve se preocupar quando for necessário, pois a ruminação mental leva ao estresse e à ansiedade.
O cérebro usa a preocupação como uma tentativa de controlar o futuro
Se você prestar atenção, perceberá que seu cérebro não gosta de pontas soltas, incertezas ou desconhecimento de um modo geral. Em outras palavras, ele quer ter tudo sob controle. Por isso, uma das coisas que mais pode incomodar uma pessoa é pensar no futuro e não saber o que pode acontecer. Isso é o que o Dr. Thomas D. Borkovec explicou em um estudo realizado ainda na década de 1980 sobre a exploração da preocupação.
Segundo as análises de Borkovec, o cérebro humano sempre dá um jeito de encontrar problemas por conta da sua tentativa de antecipar possibilidades e tornar um futuro incerto um pouco mais claro e seguro. Embora isso possa parecer lógico, há uma pequena falha neste sentido, pois sua ilusão de controle é falsa.
Vale destacar que a preocupação e a ruminação derivam do que é conhecido como ciclo de feedback. Isso funciona da seguinte forma:
- A amígdala é a região responsável por detectar os sinais de alarme, sejam eles externos (ameaças ou riscos físicos) ou internos (lamentações, angústias, etc);
- Em seguida, ele passa esses sinais para o córtex pré-frontal para análise e processamento. O que se espera é que essa etapa racionalize o sinal de alarme, acalme a amígdala e faça com que as preocupações desapareçam de sua mente. No entanto, isso nem sempre é o caso;
- Em muitos casos, o córtex pré-frontal imagina mais coisas que podem dar errado com base nesses estímulos. Consequentemente, um ciclo vicioso é ativado, dando origem à preocupação contínua.
Seu cérebro não vê as coisas em perspectiva
Quando sua mente alimenta o motor da preocupação, ocorre um fenômeno muito marcante: você coloca sua atenção nas minúcias. Na prática, é como se você não pudesse ver além do seu próprio nariz, passando a observar somente uma “tempestade” chegando.
Por que seu cérebro sempre encontra problemas? É porque nem sempre conseguimos ver o mundo de forma equilibrada. Fatores como estresse e ansiedade fazem qualquer indivíduo ficar obcecado por aspectos isolados e altamente específicos que nem sempre estão conectados.
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É difícil ampliar seu foco e se distanciar disso, afinal, é somente quando sua mente está relaxada que é possível ver as coisas em perspectiva e não com uma “visão de túnel”. Ainda assim, é preciso tentar levar em consideração que a maioria das coisas que o preocupa nunca acontecerá; na verdade, é apenas o produto de uma mente ansiosa que o pune com suas distorções e percepções errôneas.
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