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No mundo da Astronomia, as crateras de impacto são formações produzidas pela queda de um meteorito ou cometa proveniente do espaço. Essas crateras podem ser vistas facilmente em astros como a Lua, mas aparentam ser bem escassas no planeta Terra.
De fato, cientistas já identificaram os restos de cerca de 200 crateras de impacto em todo o nosso planeta. Algumas pessoas podem pensar que 200 é um número grande, mas se comparado com a Lua e outros astros rochosos, é um valor excepcionalmente baixo. Então, o que há por trás disso?
Ao longo deste artigo, você vai descobrir que há várias razões para isso, incluindo a superfície da Terra e sua própria atmosfera.
Superfície da Terra explica as poucas crateras de impacto
A primeira razão por trás do fato de que existem tão poucas crateras de impacto na Terra é que a superfície terrestre muda constantemente, afinal, vivemos em um planeta geologicamente ativo. As crateras de impacto são relativamente rasas, então essas formações na crosta rochosa da Terra (a parte da superfície que podemos ver com nossos olhos) podem ser facilmente enterradas ou eliminadas pela erosão.
Um bom exemplo disso é a gigantesca cratera de Chicxulub, no México. Com mais de 180 km de diâmetro, ela surgiu a partir da queda de um asteroide que ceifou a vida da maioria dos dinossauros e muitas outras espécies há 65 milhões de anos, mas que hoje está escondida sob camadas mais jovens de sedimentos.
Por sua vez, a cratera de Vredefort, muito mais antiga e igualmente famosa, na África do Sul, sofreu milhões de anos de erosão, de modo que a própria cratera foi apagada. Felizmente, padrões em forma de anel nas rochas indicam que algo muito violento e incomum aconteceu no passado.
Além disso, precisamos ter em mente que dois terços da crosta rochosa do nosso planeta estão escondidos sob os oceanos. De fato, por incrível que pareça, sabemos menos sobre muitas partes do fundo do oceano profundo do que as superfícies de outros planetas do sistema solar.
Atmosfera da Terra também tem seu grau de participação
A atmosfera da Terra também desempenha um papel crucial na pouca quantidade de crateras de impacto em nosso planeta.
Uma das observações notáveis do programa Apollo que estudou a lua foi que cada amostra apresentava sinais de impactos de alta velocidade e, a partir das informações obtidas pelo programa, podemos dizer que existem poucas crateras na Terra em comparação com a Lua porque nossa atmosfera faz com que pequenos detritos de asteroides possam desintegrar e desacelerar à medida que passam por ela, de modo que eles acabam não contando com energia suficiente para explodir e dar origem a uma cratera na crosta terrestre.
Em alguns casos, a atmosfera até provoca o “salto” de asteroides de volta ao espaço sideral, assim como você pode fazer uma pedra “pular” em uma poça de água. Em outras palavras, podemos dizer que a atmosfera atua como um filtro e um escudo para reduzir o número de impactos.
Uma palavra final
Para finalizar, também precisamos considerar quão bons são os cientistas em reconhecer crateras de impacto. Na prática, geocientistas precisam coletar e examinar cuidadosamente todas as evidências antes que possam confirmar que uma cratera (ou melhor, o que resta dela) foi formada.
Vale destacar que os estudos de crateras de impacto não existiam até cerca de 60 anos atrás. Até então, pensava-se que a maioria das crateras na Terra eram causadas por erupções vulcânicas. Então, cientistas que trabalhavam em explosões nucleares militares subterrâneas começaram a investigar a física das ondas de choque em rochas.
Outros começaram a examinar as milhares de crateras na Lua como preparação para os pousos lunares das missões Apollo. Quando eles foram à procura de crateras semelhantes na Terra, eles começaram a encontrar evidências incomuns de que as rochas dentro e ao redor de algumas crateras haviam sido afetadas por pressões e temperaturas de choque excepcionais que não podiam ser explicadas por erupções vulcânicas.
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Dito isto, os geocientistas precisam agir como detetives, pois precisam coletar evidências para provar que uma cratera foi causada por um impacto de um asteroide e não por qualquer outra coisa. É por isso que, a cada alguns anos, uma nova cratera é adicionada à lista à medida que provas são apresentadas e aceitas pela comunidade geocientífica internacional.
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