O pão é um dos alimentos mais populares do mundo, talvez por ser um dos mais simples e baratos de ser produzido. Hoje, ele pode ser preparado com uma variedade de aditivos, principalmente na ampla produção comercial, mas no passado a história era bem diferente.
Ao longo deste artigo, você vai descobrir que o pão surgiu em diferentes lugares quando as pessoas passaram a fazer o uso da agricultura. Os primeiros pães eram feitos de formas diferentes das atuais, mas já eram vistos como alimentos básicos em praticamente todas as culturas que os produziam.
A antiga história do pão
Ao contrário dos biscoitos de chocolate ou dos cereais matinais, a invenção do pão não pode ser atribuída a um único indivíduo ou sequer a um grupo de pessoas; em vez disso, esse alimento evoluiu até seu estado atual ao longo de milênios. Embora a versão moderna do pão fatiado seja uma invenção relativamente nova (a marca estadunidense Wonder Bread começou a comercializar o primeiro pão fatiado em 1930), o pão em si é um alimento muito mais antigo.
A estimativa mais aceita pelos historiadores sugere que o pão surgiu há 12 mil anos, na Mesopotâmia, juntamente com o cultivo do trigo, sua matéria-prima. Neste período, os pães eram feitos de farinha misturada com o fruto do carvalho. Além disso, diferentemente dos alimentos macios e saborosos como os conhecemos, os primeiros pães provavelmente eram achatados, duros, secos e bastante amargos.
Os natufianos são comumente considerados os primeiros povos a fazer a transição entre a sobrevivência puramente de alimentos colhidos da natureza e se tornarem fazendeiros capazes de controlar todos os aspectos do suprimento de alimentos, segundo William Rubel, historiador de alimentos e autor do livro “Bread: A Global History”. Dito isto, é possível que os natufianos tivessem a infraestrutura necessária para moer o trigo e transformá-lo em pão.
Vale destacar que os natufianos foram responsáveis pela sociedade baseada na agricultura mais antiga já conhecida e processavam os grãos em uma farinha grossa, a partir da qual faziam um pequeno pão sem fermento que era cozido diretamente nas brasas do fogo.
A expansão dos pães para outras culturas
Ao longo dos milhares de anos seguintes, a agricultura e o cultivo de grãos se espalharam pelo Oriente Médio e sudoeste da Ásia por meio de contatos comerciais e do assentamento de outros povos no Vale do Nilo, Mesopotâmia e no leste do Vale do Indo. De certo modo, o pão passou a permitir o acúmulo de excedentes e, a partir disso, as aldeias ficaram maiores ao ponto de originar cidades desenvolvidas.
Mais de 5.000 anos depois que os natufianos começaram a fazer um pão achatado, três civilizações cresciam e se expandiam rapidamente durante a Idade do Bronze: os egípcios, os mesopotâmicos (no que é o atual Iraque) e os povos de Harapa (no vale do Indo, no que hoje é o Paquistão). Todas as três civilizações, consideradas as maiores do mundo antigo, dependiam do pão de uma forma ou de outra, pois esse alimento era o grande fornecedor de suas calorias.
O surgimento do primeiro pão fermentado
O primeiro pão fermentado conhecido data de cerca de 1000 a.C. no Egito. No entanto, os estudiosos debatem a origem exata, já que evidências sugerem que os mesopotâmicos também já produziam pão fermentado.
Na verdade, a invenção do pão fermentado provavelmente tem raízes alcoólicas. Isso porque os antigos egípcios usavam cevada e trigo tanto para fazer cerveja quanto para fazer pão com massa azeda, de acordo com um estudo publicado no periódico Egyptian Archaeology.
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Do berço dos pães achatados da civilização às fatias devidamente embaladas que encontramos nos mercados de hoje, o fato é que o pão evoluiu junto com a sociedade, desde que os humanos esmagaram trigo pela primeira vez em uma pedra de moer há milhares de anos.
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