Se você prestar atenção, notará facilmente que quase todos os outros mamíferos têm pelos volumosos cobrindo o corpo. Os humanos, por outro lado, são praticamente nus, exceto pelo cabelo que temos em nossas cabeças. Dito isto, a pergunta que fica é: por que temos mais cabelo na cabeça do que pelos no corpo?
Para entender o que ocorre nesse sentido, é crucial compreender primeiramente dois tipos básicos de fios, como veremos ao longo deste artigo.
Quais as diferenças no crescimento do cabelo e dos pelos no corpo?
Primeiramente, precisamos ter em mente que um detalhe em particular que difere os humanos de outros animais é o crescimento escalonado dos fios: basicamente, cada folículo apresenta um ritmo de crescimento diferente no corpo humano, enquanto em algumas espécies existe um cronograma para a troca total de pelos, principalmente no verão.
De fato, somos os únicos animais a contar com dois tipos básicos de fios: o pelo terminal, que cresce a partir do couro cabeludo, cílios e sobrancelhas, e o cabelo vellus, também conhecido como velino, que cresce em todos os outros lugares. A principal diferença entre esses dois é o tempo que leva para a queda do fio, sendo que é exatamente isso o que determina sua espessura e comprimento.
Os folículos passam por diferentes ciclos de crescimento, sendo que cada fase de crescimento é controlada pelos nossos hormônios. Por conta disso, os pelos da perna, por exemplo, crescem por cerca de dois meses, o que justifica eles serem pequenos e finos. Já os pelos das axilas crescem por até seis meses, enquanto os da cabeça podem crescer sem interrupções por um período muitas vezes indeterminável.
Por que o cabelo e os pelos do corpo são tão diferentes?
Segundo o LiveScience, o principal motivo de nós termos dois tipos de cabelo é apoiado pela evolução. Em suma, os pesquisadores sugerem que quando nossos ancestrais saíam para caçar na natureza selvagem, eles precisavam manter seus corpos resfriados do calor e, ao mesmo tempo, proteger os cérebros do sol.
A perda de pelos volumosos no corpo também pode ter sido influenciada pela descoberta de roupas, fogo e cavernas, pois tudo isso diminuiu consideravelmente a importância da pele como uma aliada para o aquecimento à noite. Por outro lado, os cabelos da cabeça foram ficando cada vez mais grossos e compridos para reter o calor no frio e continuar protegendo a cabeça do sol.
Além da questão evolutiva pela proteção, os cientistas também sugerem que nós ficamos com os corpos menos peludos para melhorar a nossa capacidade de identificar um ao outro e facilitar a comunicação. Curiosamente, isso pode ter ajudado até no desenvolvimento de mais resistência contra doenças, pois muitos parasitas gostam de se manifestar em pelagens (como piolhos e carrapatos).
Uma palavra final
Como bípedes, ou seja, animais que andam eretos sobre duas pernas, nossas cabeças estão continuamente expostas ao sol. De fato, nos países próximos da linha do equador, a exposição ao sol pode ser insuportável. Por isso, os fios de cabelo ajudam as pessoas a evitar o superaquecimento. Na prática, é como se fosse uma espécie de “chapéu embutido”.
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O cabelo da cabeça também ajuda a reter o calor à noite. Nossos cérebros são relativamente pequenos em comparação com o resto de nossos corpos, mas eles são muito ativos metabolicamente. Consequentemente, essa atividade produz calor e os cabelos da cabeça podem isolar essa área de calor concentrado.
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