Não faz muito tempo que desnudar a menor parte do corpo ao nadar era considerado escandaloso. Há pouco mais de cem anos, para ser mais preciso, roupas de lã compridas e pesadas eram a única opção para as mulheres que nutriam o desejo de ir à praia, até que algumas décadas depois surgiu o biquíni com a promessa de ser um maiô de duas peças de tamanho reduzido.
Ao longo deste artigo, você vai descobrir o que esteve por trás dessa mudança radical nos trajes de banho e como uma peça de roupa pequenina chamada biquíni veio a cair no gosto do público.
Antigas ginastas romanas já usavam peças semelhantes aos biquínis modernos
Antes mesmo de serem chamadas de biquínis, as antigas ginastas romanas já usavam peças de roupa semelhantes no século 4. A Villa Romana del Casale, na Sicília, apresenta mosaicos de mulheres jogando com esse tipo de roupa (foto acima). Essas peças, porém, eram feitas especialmente para esportes, não para atividades estritamente de lazer.
Nos tempos pós-antigos, a tendência vigente mudou consideravelmente, de modo que o vestuário feminino passou a ser cada vez mais encoberto. Como a natação recreativa só viria a começar a ganhar força no século 19, as mulheres tinham poucos motivos para usar trajes de banho. As mulheres vitorianas, embora gostassem de praias, usavam maiôs que mais se pareciam com vestidos e não eram muito práticos para nadar.
Avançando para a Idade de Ouro de Hollywood na década de 1930 e no início da década de 1940, estrelas como Ava Gardner e Rita Hayworth começaram a usar um maiô de duas peças, mas que ainda cobria a região do umbigo para se ajustar aos regulamentos do cinema da época. Apenas uma pequena porção da barriga (a caixa torácica) era mostrada.
A estreia do biquíni
Por causa do racionamento de tecidos na Segunda Guerra Mundial, os maiôs ficaram cada vez mais escassos. Com isso em mente, dois designers franceses passaram a competir pela criação do menor maiô do mundo: Jacques Heim estreou o “Atome”, que significa “átomo”; já Louis Reard surgiu com uma criação ainda menor, o biquíni como conhecemos, cujo nome foi baseado no teste da bomba atômica no Atol de Bikini, realizado no Pacífico em 1º de julho de 1946.
Assim como uma bomba, o traje era tão explosivo para a época que Heim nem sequer conseguiu encontrar uma modelo para usá-lo, o que o fez optar por uma dançarina exótica chamada Micheline Bernardini. Estreando em 5 de julho de 1946, o biquíni fez sucesso em um evento para a imprensa em Paris.
De acordo com a Vogue, mesmo depois de sua estreia, o biquíni demorou para cair nas graças da massa popular. Ele até chegou a ser declarado pecado pelo Vaticano e banido de países como Itália, Espanha e Austrália.
De certo modo, podemos agradecer aos franceses por manterem o biquíni vivo, pois essa peça de vestuário não demorou muito para se tornar popular na Riviera, em parte devido ao fato de uma jovem chamada Brigitte Bardot ter vestido um durante o Festival de Cinema de Cannes em 1953. A atriz também apareceu na tela com a vestimenta minúscula em filmes como o clássico “E Deus Criou a Mulher”, de 1956.
Nas décadas seguintes, a popularidade do biquíni realmente começou a aumentar. Na década de 1980, os biquínis fio dental tornaram-se muito utilizados nas praias do Brasil, especialmente no Rio de Janeiro, o que alavancou consideravelmente a sua popularidade.
Uma palavra final
A criação de Louis Reard deflagrou uma revolução no vestuário feminino, dando origem a mais estilos disponíveis. Hoje, há o “monoquíni”, uma peça única com recortes enormes, e até mesmo o “burquíni”, uma versão usada por algumas mulheres muçulmanas.
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Além disso, a parte de baixo dos biquínis atuais pode apresentar desde decotes modernos a um corte retrô cobrindo o umbigo, para que cada pessoa possa achar o modelo mais adequado ao seu tipo de corpo.
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