A fome é uma sensação nada agradável, até porque precisamos nos alimentar regularmente para manter os nossos órgãos devidamente operacionais. Curiosamente, costumamos sentir até enjoo quando passamos muito tempo sem comer, mas por que será que isso acontece? Por que um corpo em jejum tornaria a comida menos atraente no momento em que mais precisa dela?
Por mais absurdo que possa parecer à primeira vista, a verdade é que realmente existe uma curiosa associação entre o enjoo e os longos períodos em alimentação, como veremos ao longo deste artigo.
As razões que explicam por que sentimos enjoo quando ficamos sem comer
Uma das razões mais comuns para esse fenômeno é um tanto fácil de entender: basicamente, seu estômago produz ácido clorídrico como parte de um longo processo de decomposição dos alimentos, usando o que pode para obtenção de energia e descartando o resto. Consequentemente, se você não comer por um longo período de tempo, o ácido clorídrico poderá se acumular no estômago e causar reações nada agradáveis.
Outro conjunto de possíveis razões para sentir enjoo nesse tipo de situação tem a ver com a rede de sinais que o seu corpo utiliza para saber quando é a hora certa de comer. Esses sinais são regulados pelo sistema endócrino, um sistema de glândulas (incluindo a glândula pituitária, a glândula tireoide e o pâncreas) que usa a corrente sanguínea para manter uma espécie de “comunicação química”.
Na prática, os hormônios gerados pelo sistema endócrino fornecem ao corpo as informações de que ele precisa para manter o equilíbrio dos níveis químicos. Por exemplo, para manter níveis saudáveis de açúcar no sangue e apoiar uma ampla gama de atividades corporais, você precisa de calorias. Então, seu estômago envia sinais ao sistema endócrino que acionam a liberação de hormônios reguladores de calorias.
Os papéis da grelina e a leptina
Vale destacar que muitos hormônios estão envolvidos no processo explicado acima, mas os dois atores mais importantes costumam ser a grelina e a leptina.
Em termos básicos, a grelina “provoca a fome”. Esse hormônio, descoberto em 1999, desempenha um fator crucial em uma série de processos importantes no corpo, incluindo motilidade intestinal, secreção de ácido gástrico, sensação de sabor e metabolismo da glicose.
A leptina tem o efeito oposto: combate a grelina diminuindo o apetite. Existem muitos outros hormônios envolvidos na sensação de fome, mas a interação entre a grelina e a leptina é a combinação perfeita para os fluxos e refluxos saudáveis do apetite.
Quando seu corpo está em um estado normal, esses hormônios se regulam automaticamente. Conforme você come, seu corpo libera leptina, o que indica que você está satisfeito e não precisa ficar com fome por um tempo. Em outras palavras, quando seu corpo precisa de alimentos, ele produz grelina. Posteriormente, quando seu corpo não precisar de mais comida, ele passará a produzir leptina, promovendo um estado de saciedade.
Uma palavra final
É importante mencionar que algumas pessoas têm maior sensibilidade aos níveis hormonais. Dito isto, essas variações e outros fatores podem levar algumas pessoas a sentir enjoo mais facilmente quando estão com muita fome. Casos de sintomas de náusea mais comuns, no entanto, podem indicar um distúrbio mais grave.
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Se os seus sintomas forem intensos o suficiente ao ponto de envolver fortes dores abdominais, saiba que isso pode ser um sinal de que o seu corpo precisa ser examinado. Na prática, isso pode indicar um quadro de síndrome metabólica, que descreve um conjunto de fatores de risco (pressão alta, níveis de açúcar elevados, etc) que aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes.
E você, também costuma sentir enjoo ao ficar muito tempo sem comer? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉