As vacas são criaturas que contam com características bem peculiares, o que costuma levantar vários questionamentos sobre seu comportamento e fisiologia. Um bom exemplo disso é o fato de que muitas pessoas acreditam que as vacas têm quatro estômagos. Alguns vão ainda mais longe e chegam a dizer que elas têm sete! Mas, afinal de contas, será que é verdade essa história de que as vacas têm quatro estômagos?
Bem, como você está prestes a descobrir neste artigo, há muito mais coisas por trás de uma resposta aparentemente simples para esse tipo de pergunta.
As vacas realmente têm quatro estômagos?
Embora não seja necessariamente uma mentira, dizer que as vacas têm quatro estômagos é uma afirmação um tanto incorreta. Isso porque, ao contrário da crença popular, as vacas têm apenas um estômago, mas acontece que esse estômago é dividido em quatro compartimentos: rúmen, retículo, omaso e abomaso.
Em uma explicação básica, as vacas contam com este tipo de estômago e sistema digestivo porque são animais ruminantes que comem grandes quantidades de grama e, portanto, precisam de um sistema digestivo que possa ajudá-las a decompor e receber todos os nutrientes de que precisam em sua dieta. Cada um desses compartimentos é importante no processo digestivo de uma vaca, ajudando o animal a quebrar seus alimentos e receber todos os nutrientes de que necessita.
Agora que entendemos o equívoco de quantos estômagos as vacas têm, vamos dar uma olhada em por que elas têm quatro compartimentos e o que cada um desses compartimentos faz.
Os quatros compartimentos do estômago de uma vaca
Então, por que uma vaca tem quatro compartimentos em seu estômago? Bem, vamos dar uma analisada em cada um deles e suas respectivas funções:
Rúmen: Neste compartimento podemos encontrar microrganismos que iniciam a fermentação do bolo alimentar. Este é o maior compartimento de todos, podendo ter uma capacidade de até 200 litros! Certos produtos da fermentação já são absorvidos pelas paredes do rúmen e passam para a corrente sanguínea. Outros compostos que não são fermentados acabam sendo transformados em proteínas utilizadas pelo animal. O tempo de permanência do alimento nesta área pode variar de cerca de 12 horas para a fração mais líquida para até 48 horas para as porções fibrosas.
Retículo: Esta câmara tem a função de conter o alimento e transportá-lo de volta à boca da vaca para ser posteriormente mastigado após sua digestão no compartimento ruminal.
Omaso: Este compartimento caracteriza-se por ser constituído por várias dobras. A função do omaso da vaca se resume a absorver o excesso de água para que o alimento passe para a próxima estrutura o mais concentrado possível.
Abomaso: É o “estômago real” do animal. A acidez desta área é muito alta, por isso todos os microrganismos que processavam os alimentos são digeridos aqui, interrompendo também a fermentação. É aqui onde o ácido clorídrico e a enzima pepsina são produzidos, favorecendo o processamento das proteínas que chegaram ao local e dando início a uma digestão química dos alimentos. Este é o último compartimento pelo qual o alimento passará antes de ser levado ao intestino delgado para que todos os seus nutrientes sejam extraídos.
Uma palavra final
Como animais ruminantes, as vacas são exclusivamente herbívoras, alimentando-se de gramíneas e materiais herbáceos, É exatamente por conta disso que elas precisam de um complexo sistema de digestão para transformar os alimentos em compostos mais simples e aproveitar seus componentes químicos.
As plantas de que se alimentam os ruminantes são constituídas por um alto teor de celulose, que só pode ser aproveitada graças à anatomia complexa do aparelho digestivo desses animais.
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A ruminação adequada consiste em mastigar novamente os alimentos já engolidos. Nesse sentido, esses animais mastigam levemente o alimento e o passam para o esôfago para que seja levado ao estômago. Entretanto, neste processo, as partículas maiores são regurgitadas para a boca para serem mastigadas novamente em um processo que demanda vários ciclos.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉