Quando visitamos algum parque e ficamos admirando as árvores que se elevam acima de nós, uma pergunta costuma surgir: afinal, há quanto tempo essas árvores estão aqui? Bem, toda essa questão com as árvores é que elas são notoriamente diferentes; algumas estão vivas há menos de um século, enquanto outras podem ter mais de milhares de anos de idade.
De um modo geral, esses guardiões milenares tem fascinado pessoas em todo o mundo desde os tempos passados, mas para as pessoas nos tempos modernos existe uma grande sede de curiosidade quando se trata de calcular com precisão a idade das árvores. Então, como sabemos a idade de uma árvore?
Como veremos ao longo deste artigo, o único método totalmente garantido é saber quando a árvore foi plantada, mas os anéis de crescimento também são precisos (até certo ponto) para determinar a sua idade. Esses anéis podem ser contados com a planta viva ou morta, mas há outros métodos menos invasivos para prever por aproximação a idade de uma árvore.
A ciência por trás dos anéis de crescimento
O método mais usado para determinar a idade de uma árvore é a dendrocronologia, que é a ciência da datação dos anéis de crescimento das árvores. Este é um campo de estudo relativamente novo, pois só se passaram 500 anos desde que os humanos compreenderam que os anéis ao redor do tronco de uma árvore não eram apenas indicativos de idade, mas também das condições climáticas nas quais as árvores cresceram.
Embora todas as árvores tenham o potencial de criar anéis, as árvores em climas perpetuamente idênticos, como em regiões tropicais, podem crescer a uma velocidade uniforme e não formar anéis facilmente visíveis no tronco. No entanto, para a grande maioria das espécies de árvores na Terra, as taxas variáveis de crescimento durante a primavera e o outono (rápido e lento, respectivamente), farão com que anéis sejam formados.
Na maioria dos casos, cada conjunto de anéis, normalmente um escuro e um claro, representam um único ano. Esses novos anéis se formam do lado mais próximo da casca, o que significa que os anéis internos são os mais antigos e geralmente os mais difíceis de medir com precisão.
A dificuldade em medir os anéis de crescimento tem a ver com o fato de que cada galho e ramificação de uma árvore também conta com anéis que se expandem a cada ano; por isso é fundamental que você meça perto da base da árvore, antes que ocorram quaisquer divergências.
O outro desafio que ocorre quando se trata de medir os anéis é que a maneira mais fácil de fazer isso é cortando a planta. O corte total do tronco torna muito mais fácil examinar cada anel para uma medição precisa, mas, infelizmente, isso obviamente culmina na morte da árvore.
Os métodos alternativos usados para calcular a idade de uma árvore
A boa notícia para os amantes de árvores em todo o mundo é que existem algumas maneiras de medir a idade de uma árvore sem cortá-la. Uma broca de incremento, por exemplo, é uma ferramenta que pode ser perfurada no centro de uma árvore e então retraída com um pedaço cilíndrico do tronco. Este cilindro fino pode ser posteriormente examinado e ter seus anéis contados para fornecer a medição.
Além disso, para as árvores que morreram ou caíram durante tempestades, contar os anéis das árvores ao redor do tronco é inofensivo e pode fornecer informações valiosas sobre as condições ambientais de uma determinada área por centenas de anos. Por exemplo, um ano de seca resultaria em um anel muito fino, ao passo que uma estação de chuvas abundantes permitiria uma maior expansão da madeira.
Geralmente, essas variações de temperatura e precipitação podem ajudar a estimar a progressão das mudanças climáticas e também atuar como uma pista para identificar quaisquer mudanças de longo prazo em um determinado ecossistema.
Também é possível determinar a idade de uma árvore pela contagem do número de verticilos, que são os “nós” que você já deve ter visto na lateral de uma árvore. Algumas espécies formam um verticilo anual, então é possível analisar esses detalhes para estipular a idade aproximada da árvore. Embora não seja um método muito preciso, ele pode fornecer uma estimativa aceitável.
Uma palavra final
Uma vez que espécies diferentes tendem a crescer em taxas distintas e respondem de maneira desigual a fatores ambientais, os pesquisadores tiveram que estabelecer taxas de crescimento específicas para a maioria das espécies comuns.
Tecnicamente, se você multiplicar o diâmetro de uma árvore pelo seu fator de crescimento médio, poderá obter uma idade aproximada. O problema é que, devido à variabilidade inerente do crescimento de uma árvore, o valor obtido só pode ser analisado como uma aproximação e pode contar com uma margem de erro entre 3 a 5 anos, pelo menos.
Vale destacar que os anéis das árvores não são usados simplesmente para observar a idade da árvore “pura”, mas também para analisar a idade da madeira já extraída. Por exemplo, se você souber que um pedaço de madeira em um navio antigo veio de uma determinada área e exibir um certo padrão de anel em suas placas, pode ser possível determinar quando o navio foi construído.
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Por último, não podemos deixar de citar que usar anéis de árvores como ferramenta complementar também melhora a eficácia das estratégias de datação por carbono, que podem nos dizer ainda mais sobre o mundo antigo.
Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou desse post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉