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Por que as lagostas são cozidas ainda vivas?

Os humanos já cozinhavam lagostas vivas há milhares de anos, mas essa técnica culinária tem gerado cada vez mais controvérsia.

No ano de 2018, o governo suíço proibiu a prática culinária bastante comum de cozinhar lagostas ainda vivas em água fervente. De acordo com a nova regra do país europeu, a nova medida exige que as lagostas sejam atordoadas previamente, seja por choque elétrico ou por uma destruição mecânica do cérebro antes de serem fervidas.

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No entanto, isso levanta algumas questões interessantes: afinal, por que as lagostas são tradicionalmente cozidas ainda vivas? Não seria mais prático matá-las antes de levar para a panela?

A razão pela qual as lagostas são cozidas ainda vivas

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Foto: masstravel / Flickr

De acordo com o Business Insider, as lagostas são amplamente cozidas ainda vivas porque esses animais possuem bactérias nocivas naturalmente presentes em sua carne. Uma vez que a lagosta esteja morta, essas bactérias podem se multiplicar rapidamente e liberar toxinas que podem não ser destruídas pelo simples cozimento.

Diante de toda essa possível liberação de toxinas e bactérias, o fato é que é possível minimizar a chance de adquirir uma grande intoxicação alimentar ao jogá-las ainda vivas na panela com água fervente.

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Curiosamente, os humanos já cozinhavam lagostas vivas há milhares de anos. O primeiro caso registrado veio de receitas atribuídas ao famoso cozinheiro romano Caelius Apicius no primeiro século. Os chefs americanos adotaram o processo em 1880, quando descobriram que o prato fica mais bonito e saboroso quando o animal é fervido vivo.

No entanto, foi somente anos mais tarde que foi descoberto que esse processo também reduz o risco de intoxicação alimentar grave.

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Técnica é vista por muitos como cruel para as lagostas

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Foto: PxHere

Muitas pessoas de várias partes do mundo já se pronunciaram contra essa técnica, considerando-a bastante “antiética” e “cruel”. No entanto, segundo o The Guardian, tem sido argumentado por alguns cozinheiros que as lagostas não possuem um cérebro como o nosso, de modo que elas basicamente não podem sentir dor.

Olhando por esse lado, é até justo dizer que as lagostas não são auto-conscientes da mesma forma que nós, só que na prática elas ainda reagem ao dano tecidual tanto fisicamente quanto hormonalmente, dando a entender que essas criaturas são capazes de detectar a dor em algum nível.

Na verdade, o hormônio que elas liberam na corrente sanguínea, o cortisol, é o mesmo que os humanos produzem quando sofrem algum machucado. Entretanto, o sinal mais visível da angústia de uma pobre lagosta é o seu rabo que se contorce como um tipo de “reflexo de fuga” durante o cozimento.

Uma questão ainda sem consenso

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Foto: PxHere

No fim das contas, a verdade é que há uma dificuldade tremenda em afirmar algo quando se trata da dor dos animais, até porque não há experimento definitivo que possa indicar o limite do sofrimento de muitas criaturas, especialmente os crustáceos.

O argumento usual daqueles que dizem que as lagostas não sentem dor agonizante quando cozidas vivas é que sua estrutura cerebral é muito diferente da nossa. Porém, está bem claro que, na evolução, estruturas completamente diferentes surgiram para ter exatamente a mesma função.

Os crustáceos, por exemplo, não têm um córtex visual parecido com o de um humano, mas ainda assim podem enxergar. Sendo assim, dada a vantagem evolutiva de sentir dor, não há razão para supor que eles não devam ter essa proteção contra danos nos tecidos.

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Evidentemente, esse fato ainda gera tanta controvérsia que já virou tema de debates entre legisladores de vários países. Além da Suíça, nações como Noruega, Áustria, Nova Zelândia e alguns territórios australianos já impõem restrições ao preparo tradicional das lagostas. Além desses locais, algumas cidades na Alemanha e na Itália também já proibiram explicitamente a prática do cozimento de lagostas vivas em água fervente.

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