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No final do século XIX, a ecologia das Ilhas Galápagos foi drasticamente alterada devido à caça furtiva de espécies nativas e à introdução de animais invasores. As tartarugas-gigantes-de-galápagos, em particular, viram sua população declinar a níveis alarmantes. No entanto, um projeto de conservação em Española, uma das ilhas do arquipélago, está revertendo esse cenário e demonstrando a incrível capacidade dessas criaturas para recuperar seus habitats naturais.
Transformando o Ecossistema
Conservacionistas iniciaram a erradicação de espécies invasoras e a captura das tartarugas remanescentes em Española. Após a eliminação das cabras e o cuidado das tartarugas em cativeiro, o ecossistema começou a se transformar. Árvores e arbustos voltaram a crescer na região.
A Retorno das Tartarugas
Entre 1963 e 1974, cerca de 14 tartarugas foram levadas para cativeiro e, em 2020, foram finalmente liberadas em Española. Desde então, quase 2 mil tartarugas criadas em cativeiro foram reintroduzidas na ilha. Esses novos exemplares se reproduziram na natureza, elevando a população para aproximadamente 3 mil. À medida que as tartarugas se alimentam de plantas lenhosas, as pastagens se expandem e as sementes se disseminam.
Efeito em Cadeia
Os esforços de conservação não apenas beneficiaram as tartarugas, mas também salvaram os albatrozes-ondulados, uma espécie criticamente ameaçada que se reproduz exclusivamente em Española. As tartarugas atuam como “arquitetas ecológicas”, alterando a paisagem e criando pistas de pouso para as aves marinhas. Esse comportamento das tartarugas contribui para a preservação dessas aves.
Desafios Futuros
Embora as tartarugas estejam desempenhando um papel crucial na restauração do ecossistema de Española, ainda há muito trabalho a ser feito. A maioria da ilha ainda é dominada por vegetação lenhosa, e os pesquisadores acreditam que pode levar séculos para alcançar um equilíbrio semelhante ao estado original. No entanto, o primeiro passo foi dado em direção à recuperação da ilha e suas espécies nativas.
