Descobertas Fascinantes: O Mundo Revelado pela Arqueologia Glacial

Quando o assunto é o aquecimento global e as mudanças climáticas, as notícias costumam ser desanimadoras. No entanto, um campo da pesquisa científica está aproveitando a oportunidade apresentada por esse desafio: a arqueologia glacial.

A arqueologia glacial se dedica a estudar objetos preservados no gelo que agora começam a descongelar. Aproximadamente 10% da superfície terrestre ainda está coberta por gelo glacial, e sob esse manto congelado repousa a esperança de encontrar fósseis de períodos históricos ainda não completamente compreendidos.

A mais notável dessas descobertas ocorreu nos alpes italianos em 1991, quando Ötzi, um ser humano pré-histórico que viveu cerca de 4 mil anos antes de Cristo, foi encontrado.

Porém, essa não é uma ocorrência isolada. À medida que o gelo derrete, um novo mundo se revela para os arqueólogos, como veremos a seguir.

1. Flecha de três mil anos: Em setembro deste ano, pesquisadores encontraram uma flecha datada de aproximadamente três mil anos sob o gelo norueguês. A hipótese é que ela tenha pertencido a um caçador de renas que habitou a região nos primeiros anos da Idade do Bronze. A flecha, feita de madeira com ponta de quartzito, possui três penas na outra extremidade, utilizadas para estabilizar o objeto durante o disparo.
2. Esquis da Idade do Ferro: Em 2014, arqueólogos anunciaram uma descoberta peculiar: um esqui medieval provavelmente confeccionado há cerca de 1300 anos. Sete anos depois, uma segunda parte do par foi encontrada. Graças à excelente preservação dos objetos, os pesquisadores puderam criar réplicas, permitindo-os descer as montanhas como era feito naquela época.
3. Bebê mamute: Em 2010, pesquisadores encontraram a carcaça de um bebê mamute na Sibéria, chamado de Yuka. Yuka teria vivido há aproximadamente 30 mil anos, durante a última glaciação conhecida. A hipótese sobre sua morte sugere que o pequeno filhote se desgarrara do grupo e ficou preso na lama, resultando em sua morte e subsequente congelamento.

   

4. Pinguins congelados: Em 2016, pesquisadores descobriram pinguins congelados na Antártida, pertencentes à espécie pinguins-de-adélia, que habitavam a região há cerca de 800 anos. Acredita-se que os animais estivessem em busca de um local mais seguro quando foram surpreendidos por uma nevasca fatal.

Apesar dessas descobertas empolgantes, é importante notar que o derretimento das geleiras nem sempre é benéfico. Quando o gelo se transforma em lama, os artefatos e animais ali preservados correm o risco de se deteriorar se os pesquisadores não agirem rapidamente em suas expedições. Portanto, o tempo é essencial para preservar esses preciosos vestígios do passado.