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Como surgiu o mito da madrasta malvada?

Muitos contos de fadas têm uma madrasta malvada disposta a arruinar a vida de suas enteadas. Chegou a hora de descobrir as raízes disso.

O que vem à mente quando você imagina um conto de fadas? Além de compartilharem raízes folclóricas semelhantes e terem sido reimaginados pela Disney, muitos contos apresentam o mesmo vilão comum: a madrasta malvada.

Madrastas malvadas assombram as páginas dos livros de contos de fadas há séculos, sempre visando a queda da heroína corajosa. Mas como será que surgiu esse mito da velha má? Pois bem, é isso o que iremos abordar ao longo deste artigo.

As possíveis raízes do mito da madrasta malvada

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Foto: Reprodução / Fandom

Em culturas de todo o mundo, são abundantes os contos envolvendo algum tipo de rivalidade feminina tóxica. Muitas vezes, porém, as especificidades mudavam para atender às normas sociais do lugar.

Como explica o LiveScience, em algumas regiões da África e da Ásia, por exemplo, a madrasta assumia a forma de uma segunda esposa perversa que torturava a virtuosa primeira esposa. Em partes da Europa, por sua vez, a mulher malvada em questão poderia assumir a forma de uma irmã ou sogra ciumenta.

A coisa toda começou a tomar a forma que conhecemos através dos irmãos Grimm. Quando Jacob e Wilhelm Grimm começaram a colecionar e simplificar os contos de fadas alemães no início do século 19, eles ficaram levemente escandalizados por quantos deles continham mulheres más. Consequentemente, eles mudaram muitas mães e sogras para madrastas em um esforço para preservar a “santidade da maternidade”.

Curiosamente, outra razão pela qual as madrastas aparecem com destaque nos contos folclóricos dessa época é que elas simplesmente refletiam a realidade. Nessa época, o parto costumava ser muito mais perigoso que nos dias de hoje, de modo que muitas mulheres não sobreviveram à experiência. Dessa forma, era comum ver crianças sendo criadas por mulheres que não eram suas mães biológicas, o que gerava discordâncias entre algumas famílias.

A Disney e a popularização do tropo literário

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Foto: Reprodução / Disney

É claro que os contos de fadas dos irmãos Grimm se tornaram muito populares e serviram de base para muitos filmes da Disney, desde “Branca de Neve” a “Enrolados”. Esses filmes, assim como as obras inspiradas no autor dinamarquês do século 19 Hans Christian Andersen, nos deram algumas das vilãs mais icônicas já colocadas na tela, incluindo Úrsula, a bruxa do mar de “A Pequena Sereia”, a Malévola de “A Bela Adormecida” e a Rainha Má de Branca de Neve.

Vale destacar que o uso de algum tipo de “madrasta malvada” nos filmes da Disney sempre abriu espaço para o desenvolvimento de um drama familiar entre suas personagens principais. Normalmente, as mães são as figuras amorosas e carinhosas na vida de uma pessoa, mas quando esse não é o caso, as personagens se deparam com mais um obstáculo a ser superado.

Ainda assim, a Disney foi inteligente em domar o sangue e a violência em seus primeiros filmes de animação que vieram das obras originais do folclore europeu. Por exemplo, na história original da Cinderela dos irmãos Grimm, chamada “Aschenputtel”, a madrasta fez as meias-irmãs cortarem pedaços de seus pés para que eles pudessem caber no sapatinho de cristal. Nunca que uma versão animada disso seria permitida, não é mesmo?

O que torna a madrasta malvada uma grande antagonista

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Foto: Loren Javier / Flickr

A madrasta malvada costuma ser uma grande antagonista por muitas razões. Por um lado, muitas pessoas podem se relacionar com a ideia de não gostar de uma mãe não biológica. De certo modo, não é incomum que madrastas e enteados não se dêem bem, então introduzir a madrasta malvada na literatura e no cinema é muito relacionável para esse tipo de enredo.

Além disso, as histórias de maior sucesso começam com um passado conturbado. Se a personagem principal da história vem de um lar feliz e sem problemas, isso não traz muita emoção. Isso também significa que qualquer tribulação que a personagem principal tenha, seus pais podem consertá-la para elas.

Com tudo isso em mente, a coisa mais fácil a fazer é tirar um dos pais ou ambos da equação e adicionar uma personificação do mal na trama. Essa é a cereja do bolo para uma emocionante história de fundo e um grande obstáculo para nossa personagem principal superar.

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A madrasta malvada conseguiu fazer uma transição perfeita ao longo dos séculos e ainda permanece relevante e popular nos tempos modernos. Isso mostra quão versátil é o tropo e como ele pode ser constantemente atualizado para se adequar a temas atuais. O potencial de conflito entre madrastas e enteadas é muitas vezes inevitável, tornando toda essa questão de “madrasta malvada” um artifício de enredo atemporal.

Muito interessante, não é mesmo? Se você gostou deste post, não se esqueça de compartilhá-lo! 😉

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